Residência Artística Une Arte, Comunidade e Participação

A Câmara Municipal de Odivelas e a Oficina realizaram uma Residência Artística apostada em transformar e valorizar o mobiliário urbano existente na Comunidade da Urmeira.

A comunidade da Urmeira, localizada no vale da Paiã, entre a encosta da Serra da Luz e o rio da Costa, é formada por três conjuntos habitacionais, em concreto o Bairro de São José, o Bairro das Casas de São Pedro e o Bairro do Menino de Deus.

Nestes existem quase setenta peças de mobiliário urbano, entre mesas e bancos, todas formadas de pedra e com um design assente em linhas direitas. A resistência que as caracteriza, propícia aos baixos custos de manutenção, está a par com o aspeto rude e pouco convidativo das mesmas.
Atentas ao uso destes equipamentos e focadas na valorização do espaço público, a Câmara Municipal de Odivelas e a Oficina levaram a cabo uma residência artística com o propósito de dar uma nova vida ao mobiliário em apreço. Convidaram, para o efeito, uma artista especializada em intervenções urbanas.  

A ação contou com a participação de jovens estudantes da Escola Secundária Braancamp Freire e de moradores da Urmeira e desenvolveu-se ao longo de quatro fins de semana.  Durante este período, os participantes, sob a orientação artística da organização, dedicaram-se à pintura de todo o mobiliário sinalizado. 

A Residência Artística visou estimular um olhar poético sobre a cidade partilhada, resgatando a relação dos moradores com a sua história e não apenas a vivência quotidiana, mas conseguindo, sobretudo, a atribuição de um novo significado para o espaço público. Simultaneamente, pretendeu-se a promoção do Bairro como local de inspiração, de aprendizagem, de troca de experiências, de orgulho e de pertença.

As formas e os tons utilizados foram inspirados num elemento marcante da história da Urmeira: a água. Esta deu corpo às enormes cheias que assolaram o território em 1967, provocando a morte de inúmeros moradores e um rastro de destruição sem precedentes. Ao utilizar o azul como elemento constante desta intervenção artística pretendeu-se homenagear a comunidade, os moradores e as vítimas da referida catástrofe.

Outros dos objetivos da ação foram a experimentação de linguagens artísticas e a valorização da construção coletiva do espaço público, o qual saiu reforçado enquanto lugar de encontro, partilha e colaboração entre criadores e comunidade local, visando não apenas a transformação física dos equipamentos, mas também uma enriquecedora troca cultural e social na região.
Esta é uma ação desenvolvida no âmbito da Operação Integrada Local de Odivelas, ao abrigo do Programa “Comunidades em Ação”, o qual conta com o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência.

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